Páginas

terça-feira, 29 de março de 2011

Para começo de conversa

A cultura tem cada vez mais reconhecida a sua importância. As mudanças sociais somente ocorrem e se consolidam em função de transformações culturais, germinadas e evidenciadas nas cidades, que enfrentam, nessa área, dificuldades muito semelhantes.
O desenvolvimento humano passa, necessariamente, pela cultura. Muitos municípios vivem um processo de crescimento econômico que, mesmo acompanhado de melhoria de indicadores sociais, exige um custo de submissão total à sociedade industrial sem levar em conta os aspectos humanos e culturais.
A vida, o direito à felicidade e à identidade própria se dilui. A economia se expande  sem que as pessoas sejam mais felizes, o que obriga a repensar a trajetória do desenvolvimento: que desenvolvimento se deseja?
A dimensão cultural pode contribuir para o desenvolvimento da cultura política e o espaço local é privilegiado para intervenções culturais de democratização e mudanças, na medida em que é na cidade que os atores sociais atuam, as demandas se expressão de forma mais forte, e as ações podem atingir diretamente a população.
No espaço local é que o governo do município teria papel destacado como executor, indutor ou articulador das ações culturais.
Infelizmente, não é o que ocorre como política prioritária no caso marabaense.
Em Marabá, as ações oficiais no campo cultural esbarram quase sempre na “burocracia”, no fastio administrativo. Como se trata de um segmento que exige ações rápidas, para a cultura os procedimentos governamentais tornam-se empecilhos para seu desempenho.
Além disso, os atos encaminhados por órgãos da administração direta municipal padecem de grande fragilidade em sua continuação, a cada mudança nos principais escalões de governo.
Em Marabá, hoje, avultam escritores, pintores, escultores, artesãos e outros criadores da melhor qualidade. Alguns, inclusive, já internacionalizaram a criatividade da nossa arte e pesquisas científicas. No primeiro caso, sinalizando mesmo a existência de uma expressão artística única e nova, diferente da maioria das manifestações criadoras em curso no país e na América Latina.
Os artistas consideram o processo cultural como exercício de cidadania e instrumento de inclusão dos cidadãos na sociedade. Contudo, o universo de artistas marabaenses constrói praticamente sozinho a sua realidade fantástica e admirável ou, rarissimamente, com o apoio da iniciativa privada: nos últimos trinta anos tivemos no máximo quatro patrimônios particulares para a divulgação de obras artísticas e igual número para aquelas de cunho oficial.
Marabá, contudo, possui todas as condições objetivas para se tornar, de fato, uma referência estadual quanto ao direito cultural como um direito à vida em suas mais diversas manifestações, direito à expressão das culturas locais nos meios de comunicação de massa.
Isto começará a surgir a partir do momento em que for respeitado o direito à participação da sociedade civil (movimentos sociais de cultura, entidades, pessoas, etc.) nos processos de decisão cultural no município.  (Ademir Braz)

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi
Falas da Arte Paraense e incisivamente a de Marabá, podias postar algo dessa arte plástica, para que possamos apreciar.
Abraços,
Virgílio